terça-feira, 11 de junho de 2013

Deux mois au Canada!

Salut!

De volta ao blog para a comemoração dos dois meses de Canadá.
É engraçado como eu sinto que faço menos coisas (produzo menos) aqui do que no Brasil, mas mesmo assim sobra muito menos tempo. Vai entender.

Bom, após dois meses aqui continuo muito contente e satisfeita com meu novo país. Do Brasil eu só sinto falta das pessoas, por enquanto. Talvez daqui um tempo eu sinta falta da mandioca que dava no quintal de casa e é a melhor mandioca do mundo, sinta falta do bolo de brigadeiro que eu comia todo mês, do pastel de quase todo sábado e dos jogos de vôlei da Superliga que eu assistia à noite quando não tinha nada melhor pra fazer (quase sempre). Mas acho que ainda vai demorar um pouco pra essas saudades aparecerem.

Sobre a vida aqui:
Apesar da francização não estar me acrescentando muito eu sinto um progresso diário no meu francês. Converso com o povo da aula, com a coloc, com os vizinhos, com o telemarketing... acho que é a confiança que cresce dia a dia. Semana passada uma québécoise falou que meu francês era ótimo. Fiquei muito feliz, mesmo achando que ela só tava querendo ser boazinha, mas é sempre bom ouvir elogios né.
Lógico que eu não entendo 100% do que o povo fala, ainda mais se for alguém com muito sotaque ou que carrega nas gírias, mas meu franceszinho tá dando pro gasto.
Tenho feito quase tudo em francês desde que cheguei. Só falei inglês aqui duas vezes, no banco, pois achei que era um assunto muito importante e eu não saberia me virar do jeito que queria em francês. Mas isso foi logo que cheguei. Depois foi francês, francês, francês, e português, bien sûr. Muito português.
Mas o mais estranho de tudo é o sentimento que estou tendo quando ando pelo centro e só ouço inglês. Eu começo a me sentir incomodada. Nunca pensei que sentiria isso, mas eu fiquei pensando: "caramba, to em Montréal e só escuto inglês por todos os lados."
E só pra deixar claro, eu sou a favor do bilinguismo. Mas confesso que ando me irritando um pouco quando estou em um ambiente e SÓ escuto inglês. Vai entender!

Tenho conhecido muita gente bacana aqui, a maioria brasileiros, e tentado aproveitar tudo o que a cidade oferece gratuitamente. Os programas pagos estão praticamente proibidos enquanto eu não estiver trabalhando. E olha que mesmo assim falta tempo pra curtir tudo. Todo fim de semana tem sempre algo rolando em algum parque, ou na Place des Festivals ou numa rua qualquer. Ah, e durante a semana também não faltam atividades. Desde que cheguei já fui em quatro museus, tudo de graça, (três foram graças à francização e um foi na Journée des musées montréalais), já vi showzinhos de bandinhas legais na Place des Arts, no Plateau, já peguei filminhos na biblioteca, estou lendo meu quarto livro, quando o tempo ajuda vou ao parque fazer caminhadas, fico paquerando as flores dos jardins alheios, enfim, nunca faltam coisas pra fazer. E se você tiver grana então, o céu é o limite.
Essa semana começa Francofolies, depois tem Festival de Jazz de MontréalMontréal complètement cirque, e por aí vai. Junho e julho vai ser difícil achar tempo pra dormir!

E por falar em dormir preciso comprar uma cama e todo o resto. Ultimamente estou como uma freak nos sites das lojas aqui, vendo tudo o que quero comprar pra minha casinha nova, que aliás poderá receber visitas em breve. Oba! Oba! Não vejo a hora de me mudar e deixar tudo do meu jeito, num apê limpinho e sem pelos de gato voando por todos os lados.

Quanto ao emprego, confesso que ainda não estou empenhada nisso. Me sinto culpada porque deveria estar procurando emprego de verdade, mas o fato é que não to conseguindo me concentrar nisso agora. Acho que só vou conseguir me empenhar de verdade depois que a francização terminar, daqui um mês. Tive até agora duas reuniões com a conseillère d'emploi mas não to gostando muito não. Ela não me escuta. Ela cismou que eu fazia um trabalho x no Brasil e não consegue parar um minuto pra me ouvir e entender o que eu realmente fazia. Tudo tem que ser totalmente regrado. Você precisa fazer as coisas exatamente do jeito que eles querem, só que eu não funciono assim. Detesto que me digam o que fazer e como fazer se eu não concordo com o que está sendo dito, ou se não existe ao menos uma forma de diálogo entre as partes. Sei que preciso trabalhar isso porque aqui minha vida profissional será muito diferente do que era no Brasil, mas enfim. Acho que o problema está acima de tudo em mim, que ainda não sabe o que quer direito da vida, e a conseillère precisa de objetivos claros para trabalhar, o que torna este processo todo mais difícil. Mas eu já imaginava que seria assim. Preciso de foco. E depois muito empenho e alguma sorte. À suivre...

E pra terminar fiquem com algumas fotinhos desses dois meses de Canadá, mais especificamente Montréal, porque eu ainda não saí da ilha.

Le Village
Belvédère Kondiaronk du Mont-Royal
Praticando francês na rua
Basilique Notre-Dame
Poutine com pepperoni do La Banquise
Calor de mais de 30ºC

À la prochaine mes amis!
Bisous!