quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Aumentando o repertório


Vira e mexe estou ouvindo a rádio ou lendo jornais quebecas quando vejo discussões acaloradas sobre o passado, o presente e o futuro da província e do país. Porém não é sempre que eu consigo avaliar quem é o “vilão” e quem é o “mocinho”, ou o que seria de fato um progresso e o que seria um retrocesso, ou quais medidas governamentais são eficientes e quais são enrolação pra ganhar voto, etc. Quando olho pra trás vejo que foi preciso algum tempo de estudo, muita informação, conhecimento e certa maturidade para enxergar o Brasil (e o Mundo) com os olhos que enxergo hoje.  E agora me peguei pensando que vou ter que reaprender a interpretar o mundo do qual faço parte.

Fiquei pensando em como uma mudança de país pode afetar nosso julgamento, nosso conhecimento, nossa percepção da realidade. Todas as vezes que leio ou escuto notícias, debates, entrevistas sobre acontecimentos no Canadá eu muitas vezes fico meio perdida, sem saber qual partido tomar. Quando vejo qualquer coisa no Brasil eu sei (na maioria das vezes) qual é o cenário em que aquilo está inserido. Eu consigo me posicionar, emitir opiniões, refletir, analisar, ser pró, ser contra. Mas quando se trata de um lugar onde nunca vivi, muda tudo. Por mais que eu já tenha lido à respeito, eu não conheço a fundo a história canadense, não conheço a história política, econômica, cultural, qual é o típico comportamento da sociedade, qual é a percepção do povo em inúmeros assuntos.



Tudo isso terá que ser aprendido. Você chega numa nova realidade e recebe um mar de informações sem ter seu background. Quanto tempo levará para que eu consiga entender o que se passa no governo, na economia, no âmbito cultural, social, demográfico???  Quanto tempo precisarei para que também consiga ter discussões acaloradas sobre o futuro do país, sobre a educação, o trânsito, os eventos culturais, esportivos, a economia, os deputados, os partidos políticos??? Espero que não muito. Vou me esforçar para que não seja muito. Não pretendo jamais ser o tipo de pessoa que se muda mas fica com a cabeça presa ao passado. Quero conseguir estar totalmente inserida na nova sociedade que escolhi, poder compreendê-la, discutir, opinar e ajudar a construir seu futuro, um futuro cada vez melhor.  Sempre detestei as amebas. E a última coisa que quero é me tornar uma.

Bisous!

Um comentário:

  1. Olá,
    Dica: durante o caminho até vir pra ca, vcs se verão no meio de diversas discussões acaloradas de quem está aí, sobre à vida de quem está aqui. Não caiam nessa. Mesmo chegando aqui e acompanhando jornais e revistas e impossível ainda expressar um ponto dr Vista.
    Vc Como imigrante está fora de todo contexto. É abrir uma revista e um jornal e ver pessoas q não significam nada pra vc, mas q significam td para um canadense, eh ouvir um nome ou referência à um assunto e não saber do q se trata e se deveria ser algo engraçado ou irritante.

    Ser imigrante significa ser humilde, pq infelizmente a experiencia social vc nao terá.

    Boa sorte.

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